Em 1956 quando a cidade estava na sua indumentária de gala para as pompas centenárias, o Botafogo voltou a dar sinal de vida. Ingressa com grande disposição no árduo e difícil Campeonato da segundona. Surge entre os concorrentes da série Cafeeira. Leva de roldão os seus adversários, não respeitando campo e torcida. Vitórias sobre vitórias. Termina a etapa como campeão absoluto, com grande vantagem sobre o segundo colocado. Nessa altura, a platéia estava possuída de grande entusiasmo.
No seu roteiro triunfal, o Botafogo recebe a grande notícia: A GAZETA ESPORTIVA instituíra a "Taça dos Invictos" para o interior, a exemplo do que já fizera no futebol maior da Federação Paulista de Futebol. O importante troféu levava de inicio, um destino certo: O Botafogo FC.
Naquele momento, quando a boa nova da Taça dos Invictos correu de boca em boca, o tricolor contava quase duas dezenas de partidas invictas. Esse título, que era o grande resultado de sua notável campanha, levou-o a novas lutas. Queria ir além do seu próprio recorde e abiscoitar a Taça dos Invictos de tal forma que ninguém lhe pudesse ultrapassar a proeza, até que sofreu sua primeira derrota, na cidade de Sorocaba. Ao todo, 19 partidas incólumes respondendo pelo direito inicial de ser o detentor da Taça dos Invictos.
Embalado pelas vitórias obtidas no Campeonato Paulista de 1956, confiante na conquista da Taça dos Invictos, e visando apagar da memória os fantasmas do tropeço de 1950, quando perdeu a chance de subir para a divisão especial, ao ser derrotado pelo Radium de Mococa em pleno Estádio Luis Pereira, o Botafogo assumiu as disputas do Torneio Centenário de Ribeirão Preto, com a garra e a determinação que vinha apresentando no certame bandeirante.
Botafogo e Comercial eram os maiores destaques da grande festa programada pela Prefeitura Municipal. Surgia o Serviço de alto-falantes Centenário, que se tornaria uma tradição em nossas praças esportivas, sempre informando as escalações e os resultados dos demais jogos pelo Brasil. O locutor tornaria famoso um slogan que ainda não foi esquecido: "Serviço de alto-falantes Centenário, som e qualidade à serviço da cidade".
E foi com esse slogan que J.Reis anunciou o grande campeão do Centenário de Ribeirão Preto: O Botafogo FC, depois de ter vencido ao Comercial pôr 4x2, adquirindo o direito de ficar com a Taça do 1o Centenário, pêlos próximos 100 anos, em jogo disputado no Estádio Luís Pereira.
Em revista comemorativa aos 30 anos de fundação do Botafogo FC,em 1948, Gavino Virdes, inesquecível jornalista ribeirãopretano, redigiu o seguinte texto:
"Não obstante toda a sua gloriosa história futebolística, Ribeirão Preto foi apenas uma vez campeã de futebol do interior. Deve a cidade o grande feito ao Botafogo Futebol Clube, que registrou a honrosa página no ano de 1927. A conquista do "Pantera", teve saliência especial. O título coroou uma campanha gloriosa, disputada com técnica e disciplina. E o Botafogo, cobrindo-se de louros, deu à sua terra, um cetro memorável, que vive na agenda futebolística local, em lugar de destaque, já que nunca mais foi igualado.
Aos campeões interioranos de 1927, legítimos símbolos do esporte rei ribeirãopretano, a sinceridade desta pálida homenagem, tradutora de um grande desejo: o de que o Botafogo, espelhando-se no exemplo do passado, busque os recursos técnicos, morais e disciplinares e financeiros para repetir a façanha, laureando-se campeão profissional de 1949".
A equipe que representou o Botafogo, na conquista do título de Campeão do Interior de 1927: João Velho, Palito, Pequitote, Neves, Corne, Cobra, J.de Paulo, Colete, Iracino, Perico e Carrapato. Presidente: Adriano dos Santos - Diretor: Francisco Oranges - Técnico: Humberto Bianchi - Resultados finais: Francana 3x2 Botafogo, Botafogo 4x1 Francana - Botafogo 3x1 Francana.
